RESUMO
Enquadramento: A maternidade é uma das maiores transições desenvolvimentais vividas pela mulher. O trabalho de parto (TP) e parto podem assumir-se como experiências muito marcantes, quer positiva, quer negativamente. Compete ao enfermeiro especialista em enfermagem de saúde materna e obstétrica (EE-ESMO) promover uma transição saudável para a maternidade, necessitando para isso de capacitar a mulher, de modo a que adquira poder e controlo sobre a sua saúde, proporcionando um ganho de conhecimentos e desenvolvimento de competências que lhe permitirão ter uma participação ativa na sua autodeterminação e no seu projeto de saúde enquanto parturiente. Objetivos: Identificar a informação que a mulher possui sobre saúde materna para compreender os cuidados de saúde que lhe são prestados durante o TP e parto; Analisar como a mulher utiliza a informação que possui sobre saúde materna durante o TP e parto; Identificar os determinantes e condicionantes que influenciam a tomada de decisão da mulher sobre os diferentes cuidados de saúde que lhe são prestados durante o TP e parto, promotores de uma maternidade saudável. Metodologia: estudo de natureza qualitativa, do tipo exploratório-descritivo. Amostra intencional, por bola de neve, ficou constituída por 12 participantes (saturação da informação à décima segunda entrevista), com critérios de inclusão definidos. O instrumento para recolha de dados foi a entrevista semiestruturada, cumpriram-se os procedimentos formais éticos da investigação. Os dados foram interpretados, segundo a Análise de Conteúdo de Bogdan & Biklen. Resultados: dos relatos das participantes, emergiram 6 domínios principais em torno da temática principal: Fontes de Informação sobre TP e Parto; Plano de Parto; Cuidados de Saúde na Maternidade; Cuidados prestados pelo EE-ESMO; Tomada de decisão na maternidade e Experiência de TP e Parto. Conclusão: A experiência de TP e parto foi referida como sendo positiva. Apesar das mulheres evidenciarem possuir informação sobre TP e parto, referiram total falta de autonomia nas tomadas de decisão assim como falta de abertura por parte da equipa de saúde para que pudessem expor as suas preferências relativas ao TP e parto.
